De acordo com um barómetro realizado pela IRU e pela Truckfly pela Michelin, 81% dos condutores europeus estão satisfeitos com o seu trabalho, apesar das condições muitas vezes exigentes. Uma paixão, mas que se esforça para se incentivar novos condutores.
Enquanto a escassez de condutores continua a pesar no transporte rodoviário europeu, a voz de quem vive diariamente na estrada cabe a quem vive na estrada. Conduzido pela IRU e pela Truckfly pela Michelin entre 1.100 condutores em sete mercados europeus, o estudo pinta um quadro contrastante de uma profissão que é cativante e sob pressão.
"Ficamos agradavelmente surpreendidos ao ver o quanto os condutores permanecem ligados à sua profissão", observa Stéphane Rabiller, CEO da Truckfly by Michelin. "81% dizem estar satisfeitos, mesmo que não recomendem necessariamente a profissão a outros."
Esta lealdade à profissão, apesar das muitas vezes difíceis condições de trabalho, reflecte um profundo apego à estrada, mas também uma forte exigência de reconhecimento e de melhoria na vida quotidiana.
O barómetro revela um paradoxo: um elevado nível de satisfação, mas uma baixa taxa de "promotores" - apenas 14% dos condutores recomendariam a profissão a um familiar. As razões são conhecidas: falta de estacionamento seguro, uma imagem degradada da profissão, condições de trabalho consideradas insuficientes e, por vezes, tratamento desrespeitoso nos locais de entrega.
"Os condutores manifestam uma forte necessidade de melhores condições de trabalho e de reconhecimento, tanto na sua vida quotidiana como na perceção da sua profissão", afirma Stéphane Rabiller.
A renovação geracional continua a ser um grande desafio: apenas 4% dos condutores têm menos de 25 anos, enquanto um terço tem mais de 55 anos. Uma pirâmide etária desequilibrada que ameaça a próxima geração se nada for feito para restaurar a reputação da profissão.
Mulheres e jovens: potencial ainda pouco explorado
As mulheres representam apenas 4% dos condutores de estrada na Europa. No entanto, eles são mais inclinados do que os homens a recomendar a profissão. Um sinal positivo, mas que tem sido retido por obstáculos persistentes. "A falta de infraestruturas seguras para estacionamento e descanso é o principal obstáculo", diz Stéphane Rabiller. "90% dos condutores - homens e mulheres - consideram este problema importante ou muito importante". A estas dificuldades junta-se a má imagem da profissão e as longas ausências, que são obstáculos a uma profissão mais mista e atrativa.
Para atrair e reter os condutores, a Truckfly by Michelin defende uma abordagem pragmática focada nas necessidades reais dos profissionais. "Para reduzir o volume de negócios, é essencial partilhar os mesmos valores e mostrar o ambiente de trabalho dentro da empresa. As empresas devem ouvir os seus condutores e fornecer-lhes equipamentos adequados e bem conservados, bem como um ambiente de trabalho saudável e reconfortante, para que se sintam valorizados e apreciados diariamente", insiste Stéphane Rabiller.
A modernização da imagem da profissão exige também investimentos em equipamentos, formação e ferramentas digitais. Alavanca que a Truckfly by Michelin tem vindo a focar-se há dez anos. A aplicação, utilizada hoje por dezenas de milhares de condutores, identifica mais de 125 mil pontos de interesse para os camiões na Europa: parques de estacionamento, restaurantes, estações de serviço, áreas de descanso... Uma base colaborativa que facilite o planeamento da viagem e reforce a solidariedade entre os condutores de estrada. A empresa também integrou uma plataforma de emprego para simplificar a ligação entre motoristas e empregadores.
Fonte:Decision Pois Pourds

